O nome é grande e assusta os menos preparados. Neuropsicopedagogia parece um bicho de sete cabeças, mas trata-se de uma ciência transdisciplinar que estuda a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana.
Para fazer isso, os neuropsicopedagogos buscam relacionar os estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia.
Um pouco da história da Psicopedagogia
A Psicopedagogia surgiu na Europa como uma ferramenta para lidar com os problemas de aprendizagem, embalada pela teoria evolucionista de Charles Darwin e pelos resultados de testes psicológicos que buscavam entender o motivo das diferenças encontradas no rendimento de seus alunos.
Foi a psicopedagoga francesa, Janine Mery, que apresentou considerações sobre o termo psicopedagogia e o adotou para caracterizar sua ação terapêutica.
Janine Mery foi seguida por outros estudiosos que se dedicaram às crianças com dificuldades de aprendizagem e os primeiros centros de psicopedagogia foram criados no final da décadas de 1940.
Os Centros de Psicopedagogia uniam conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e Pedagogia e teve, inicialmente, um caráter médico-pedagógico. Aliás, faziam parte da equipe do Centro Psicopedagógico: médicos, psicólogos, psicanalistas e pedagogos.
De acordo com Simaia Sampaio, psicopedagoga e especialista em Neuropsicologia da Aprendizagem, “esperava-se através desta união Psicologia-Psicanálise-Pedagogia, conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para determinar uma ação reeducadora”.
Uma das preocupações da época era diferenciar aqueles que, embora inteligentes, não conseguiam aprender, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou sensorial. E a Neuropsicopedagogia?
Dados os desafios enfrentados pelos psicopedagogos, a Neuropsicopedagogia vem como resposta às necessidades dos educadores de fundamentar cientificamente as questões cognitivas que, embora já muito exploradas pela Psiquiatria e pela Pediatria, ainda eram nebulosas e de difícil compreensão.
De acordo com o artigo para a revista Redes, a Neuropsicopedagogia quando docentes de uma instituição de ensino em Santa Catarina criaram um grupo de estudos em 2008.
A Neuropsicopedagogia é uma ciência fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação com ligações da Pedagogia e da Psicologia Cognitiva. Wagner Feitosa Avelino, doutor em Educação e especializado em Neuropsicopedagogia, faz a seguinte observação:
“Com a junção da neurociências, da psicologia e da pedagogia originou-se uma nova ciência transdisciplinar, a Neuropsicopedagogia, cujo objetivo é compreender as funções cerebrais para o processo de aprendizagem, com intuito na reabilitação e prevenção dos eventuais problemas detectados nos indivíduos”.
5 fatos sobre a Neuropsicopedagogia
1. A origem tríplice da Neuropsicopedagogia fica evidente no nome da ciência resultante da cooperação entre Neurociências, Psicologia e Pedagogia.
2. O primeiro curso de Pós-graduação em Neuropsicopedagogia no país foi criado em 2008.
3. Foco de todas as atenções: diversos pesquisadores, como: Pedagogos, Psicopedagogos, Psicólogos, Neuropsicólogos, Pediatras, Psiquiatras, Fonoaudiólogos, Neurolingüistas, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e Neurocientistas, também estão empenhados em compreender melhor a forma como o cérebro se processa nos processos cognitivos e emocionais dos indivíduos.
Desse modo, segundo Wagner Avelino, eles contribuem com a área e se debruçam sobre os estudos da Neuropsicopedagogia.
4. A função do Neuropsicopedagogo: de acordo com Herculano-Houzel, o trabalho do neuropsicopedagogo é avaliar as necessidades cognitivas do aluno de modo entender como se dá o desenvolvimento de aprendizagem — com atividades diferenciadas e respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada aluno.
5. A Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia: foi fundada em 2014 e define a Neuropsicopedagogia como “uma ciência transdisciplinar fundamentada nos conhecimentos da neurociências aplicadas à educação, com interfaces da pedagogia e da psicologia cognitiva que têm, como objeto formal de estudo, a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional”.
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